Conheça a história por trás da música Janaína, da banda Biquini
05/12/2024
Na vida real, 'Janaína' se chama Gessy, porém, de fato tem sonhos e acredita que um dia há de ser feliz. Biquini se apresenta em Curitiba neste sábado (7). Bruno Gouveia, da Biquini, conta inspiração para o hit 'Janaína'
Foi um choque de realidade em uma longa viagem de carro até o bairro Miguel Couto, em Nova Iguaçu (RJ), que inspirou "Janaína", um dos principais hits da banda brasileira Biquini, ex Biquini Cavadão.
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Bruno Gouveia, vocalista do grupo, conta que ia tocar na cidade, que fica na região metropolitana do Rio de Janeiro, quando decidiu fazer uma visita à mulher que costumava lavar as roupas da família dele, e o conhece desde quando o cantor tinha 5 anos de idade.
Porém, diferente do hit, na vida real o nome da protagonista é outro: Gessy.
"Eu comecei a falar com o motorista do carro do por quê estava demorando tanto. Uma bela hora, caiu a ficha. Tipo: 'Caramba, eu estou em um carro confortável, com ar condicionado, não está batendo sol, o trânsito está livre, como é que as pessoas fazem para chegar na casa da minha família para trabalhar? Como é que ela faz? Como é que funciona tudo isso?", lembra o vocalista.
Chegando no destino, o músico apresentou à mulher todas as dúvidas que o afligiam. Pacientemente, ela explicou cada uma delas a ele.
Segundo Bruno, assim como na música, Gessy de fato acordava às 4h30 da manhã, pegava ônibus e trens lotados. E também, assim como na música, apesar de tudo ela tinha sonhos.
"Ela me disse com um sorriso no rosto. Eu pensei: 'Apesar de tudo, ela tem sonhos. Ela continua sendo uma pessoa de muita positividade e tudo mais'. Essa história me inspirou a escrever a letra de Janaína", conta.
A expectativa é que a banda toque a música neste sábado (7), em Curitiba, onde se apresenta na 5ª edição do festival Prime Rock Brasil.
Na programação, ao lado do Biquini, estão outros grandes clássicos do rock nacional, como Samuel Rosa, Ira!, Blitz, Humberto Gessinger, Titãs e Dado & Bonfá tocando Legião Urbana.
Os ingressos custam a partir de R$ 210. O evento tem apoio da RPC e é possível resgatar um desconto por meio do aplicativo Você na RPC. Veja como a seguir.
A arte imita a vida
Bruno Gouveia, do grupo Biquini Cavadão
Divulgação
Não foi só em Janaína que detalhes da vida inspiraram canções da Biquini.
Segundo Bruno, o processo de criação da banda é muito coletivo. Todos os integrantes escrevem e ajudam a construir as músicas.
"No meu caso, claro, também escrevo bastante. Eu tento sempre escrever alguma coisa sobre o que está a minha volta, que eu estou olhando. Às vezes, uma história me inspira", conta.
Assim como em "Janaína", a música "Timidez" também partiu de uma experiência pessoal do artista, que era muito tímido durante a adolescência, mas que garante já ter superado a vergonha.
"Eu falo que minha vida é um disco aberto", brinca.
Um caso de amor com Curitiba
A capital paranaense é endereço conhecido para a Biquini, que costumava tocar em casas de shows clássicas nos anos 1990, como a AeroAnta, a Chocolate Chic e o Coração Melão.
"Nós temos um caso de amor com Curitiba, já de muitos e muitos anos. Fizemos na década de 90, principalmente, acho que a gente quase morava em Curitiba, de tanto que a gente fazia shows. Chegamos a fazer quatro shows no mesmo ano na cidade", lembra.
Depois dos tempos áureos pela cidade, a banda passou um tempo sem a visitar. O período de amor à distância foi quebrado justamente com o surgimento do Prime Rock Brasil.
"A gente se reconecta com essa geração que havia, de repente, ficado um tempo sem nos ver. É uma geração que teve seus filhos, mas agora está conseguindo sair para assistir nossos shows. Inclusive, saindo com os filhos. Temos uma uma relação maravilhosa com Curitiba. Temos grandes amigos aí", detalha.
Bruno compartilha também as expectativas para o evento deste fim de semana e garante a mesma empolgação que a Biquini mantinha nos anos 90.
"Estamos com uma expectativa maravilhosa para o show. Vamos realmente ansiosos para poder fazer esse show na Pedreira Paulo Leminski e repetir a mesma vibe, a mesma energia, que nós tivemos nas apresentações", afirma.
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Ao longo da carreira, monotonia não tomou conta da Biquini
Biquini Cavadão se apresenta em Curitiba
Divulgação
Na conversa com o g1, o vocalista falou também sobre o início da carreira e a trajetória da banda. Confira a conversa com o vocalista:
g1: A banda surgiu no pátio da escola. Você acha que aquele Bruno tinha ideia de onde chegariam juntos?
Bruno Gouveia: Quando nós começamos, a banda mais longeva que existia era o Rolling Stones, que estavam comemorando 20 e poucos anos de carreira. Eu posso garantir para você que se 20 anos para gente pareceu uma uma marca incrível, o que dizer da gente agora que estará comemorando ano que vem 40 anos.
Jamais imaginava isso. Nós não sabíamos exatamente o que ia acontecer. Nós estávamos gostando de fazer música, estamos gostando de escrever as letras e de repente tinha aquilo tudo acontecendo dentro de uma efervescência do rock brasileiro e nós caímos no meio desse desse turbilhão.
Tanqui que eu continuei por quase dois anos fazendo faculdade. Eu ia para faculdade, depois fazia o programa do Chacrinha. Fazia show a noite, voltava, perdia a prova porque chegava atrasado para ela.
Eu vivi por muito tempo isso, até que eu percebi que eu não estava fazendo nenhuma das coisas muito bem feito. Eu podia fazer melhor. Aí eu optei por trancar a faculdade, porque eu não tinha como trancar um contrato com a gravadora.
No fim das contas, achei que fosse uma coisa temporária, que depois eu iria voltar para a faculdade, me formar em engenharia, mas no meio do caminho tinha uma banda, tinha uma banda no meio do caminho.
g1: Como a Biquini se reinventou ao longo desses quase 40 anos de história?
Bruno Gouveia: Nós fazemos parte de uma geração que a mensagem que a gente queria passar era muito importante. Nós tínhamos esse interesse em passar alguma coisa que fosse relevante para as pessoas.
Eu até julgo que isso se deveu muito ao fato de que nós estávamos efetivamente "tomando de assalto" nas rádios o lugar que era dado aos artistas de MPB. De repente, meus ídolos não tocavam na rádio, porque eu estava tocando alguma música.
Acho que Paralamas, a Legião, Titãs e vários outros artistas foram pensando: "Vamos fazer valer esse esse espaço". As composições geraram uma competição extremamente saudável. Ao ouvir uma canção do Cazuza, você fala assim: "Eu não posso fazer algo inferior a isso. Tem que fazer mínimo tentar chegar perto disso, ou até melhor".
Várias vezes de ouvir canções nos meus colegas eu falei assim: "Nossa, mas que canção linda. Pô, eu gostaria de ter feito uma coisa assim". Aí você começa a trabalhar mais para essas situações.
O resultado disso é que essas soluções foram tomadas assim de assalto pelos ouvintes e eles não se contentaram só em ficar com essas situações. Eles passaram essa música adiante.
Hoje eu vejo nos shows que existe uma geração com a minha idade, cinquentona, que que sabe cantar todas as músicas, mas tem os filhos, às vezes até os netos, que já sabem, que cresceram ouvindo essas canções. As pessoas gostam, não foi uma coisa frívola, não foi uma coisa de momento. Elas continuam a sentir alguma coisa por aquelas mensagens.
Eu costumo dizer que a menina que hoje aos 16 anos se encanta com a letra de "Timidez", talvez não saiba que os pais dela usaram a música quando começaram o namoro. É uma mensagem que as gerações passam, mas elas se identificam com aquela história.
g1: Pensando na trajetória da banda até aqui, do que você mais se orgulha?
Bruno Gouveia: Eu tenho muito orgulho de tudo que a gente fez, dos shows que nós fizemos, para onde nós seguimos. Nós já fizemos mais de 2.800 shows pelo país. Já tocamos em todos os estados. A cada 8 municípios brasileiros, um a gente já tocou.
Hoje, subir ao palco para mim é um grande exercício de gratidão. É a hora em que eu posso ver ali na minha frente muitas gerações que cresceram ouvindo a nossa canção e que sabem cantá-las. Eu fico pensando que elas poderiam ter escolhido qualquer outro artista, qualquer outro estilo, mas estão aqui cantando uma canção minha, e às vezes várias canções, então é mais do que orgulho, é uma gratidão.
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