Vídeo mostra cachorra que comeu Rivotril por acidente quase 'morrendo' de sono; veterinário orienta sobre primeiros socorros
06/12/2024
Madalena, de quatro meses, foi levada ao veterinário em Paranavaí, fez exames e passa bem. Tutora afirma que ela ingeriu o medicamento que estava ao lado da cama. Cachorra não se aguenta de sono após comer Rivotril por acidente
A cachorrinha Madalena, de quatro meses, deu um susto na tutora Mirtis Kuhn Vaz, de 53 anos, após engolir acidentalmente dois comprimidos do ansiolítico Rivotril. O caso aconteceu em Paranavaí, no noroeste do Paraná.
Em vídeo publicado nas redes sociais de Mirtis, a cachorrinha aparece sonolenta no banco do carro, enquanto é levada ao veterinário. O g1 conversou com um veterinário que explicou sobre como agir nesses casos e destacou outras orientações aos tutores. Veja mais abaixo.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
Filhote arteira
Vídeo mostra cachorrinha sonolenta após ingerir por acidente os comprimidos
Reprodução
Mirtis conta que tudo aconteceu na noite do último sábado (31). Ela estava na cozinha com a filha fazendo uma sobremesa, quando viu Madalena dando “cambalhotas” pela casa.
“Ela é extremamente hiperativa, mas isso é normal quando se trata de um filhote. Porém, eu nunca tinha visto ela dessa maneira”, contou .
Como desconfiaram da situação, Mirtis pediu para a filha levar Madalena ao veterinário. Logo após, a tutora lembrou que, como o marido costuma tomar o medicamento para dormir, ela deixou uma cartela com dois comprimidos de Rivotril na mesa de cabeceira ao lado da cama.
“Ele tinha passado por uma cirurgia no joelho, e para evitar que ele precisasse levantar, deixei todos os medicamentos ao alcance dele. Como eu sei que a Madalena é arteira, costumo deixar a porta do quarto fechada, mas nesse dia estava aberta”, relatou Mirtis.
Ela conta que quando entrou no cômodo e viu os pertences revirados, foi até o sofá que Madalena gosta de ficar e descobriu que a cachorrinha tinha comido os comprimidos. “Ela pulou na cama e pegou na cabeceira não só o remédio, mas outras coisas e jogou tudo no chão”, contou.
No consultório, Madalena foi examinada pela veterinária e realizou exames, como um ultrassom do estômago. A especialista concluiu que o medicamento não estava mais no organismo na cachorrinha e a liberou para a casa.
O Rivotril é indicado para transtornos de ansiedade e humor, síndromes psicóticas, síndrome das pernas inquietas, vertigem e distúrbio de equilíbrio, entre outros. É classificado como de uso controlado, ou seja, para ser adquirido em farmácias, é preciso ter uma receita médica especial.
Resgatada
Cachorra não se aguenta de sono após comer Rivotril por acidente
Redes Sociais
Mirtis contou ao g1 que adotou Madalena há três meses. A cachorrinha havia sido abandonada com os quatro irmãos e a mãe em uma estrada próxima à região de Londrina, no norte do Paraná. Os animais foram resgatados por uma ONG e colocados para adoção.
A filha de Mirtis soube da história e adotou Madalena para fazer companhia para a mãe, que tinha acabado de perder a Malu, uma buldogue campeiro de 12 anos. Na casa também vive Boris, outro buldogue, de 5 anos. “Ele é mais quietinho, mas ela está ensinando ele a fazer as coisas. Ela é terrível, por isso tenho certeza que ainda vamos ver muitas travessuras dela!”, finaliza.
Cuidados redobrados
Depois de voltar do veterinário, Mirtis conta que Madalena deitou um pouco, mas acredita que depois o medicamento gerou um efeito “rebote”. “Ela começou a incomodar o irmão Boris e não tinha sono. Ela ficou pulando e só depois de um tempo ela se acalmou e dormiu”, relatou.
Após o susto, Mirtis conta que os remédios saíram da mesa de cabeceiras e foram guardados no alto. Segundo a tutora, tudo que pudesse gerar algum risco para Madalena foi retirado do alcance dela e colocado em um local seguro.
Veterinário orienta sobre o que fazer nesses casos
O g1 conversou com o veterinário Raphael Mendonça sobre o que fazer em situações como a vivida por Mirtis e Madalena. Ele destaca que não existem manobras seguras que possam ser feitas ainda em casa. Por isso, a ação de Mirtis foi correta, visto que a indicação é de que o primeiro passo seja levar o animal ao veterinário rapidamente.
“Quanto mais cedo o animal for atendido, maiores são as chances de conseguir evitar uma intoxicação. O veterinário consegue entrar com medicações para indução de vômito e para diminuir a absorção desses medicamentos. Se passar mais de três horas, a substância já é absorvida pelo organismo”, explicou.
Mendonça também explica que, a depender da dose ingerida pelo animal, as consequências podem ser prejudiciais. No caso da Madalena, uma dose alta poderia ter causado sonolência extrema, diminuição da pressão arterial, perda da coordenação motora, até uma parada cardiorrespiratória.
Cuidado com os medicamentos
Remédios como analgésicos e anti-inflamatórios são potencialmente tóxicos, de acordo com o veterinário. Ele explica que o Paracetamol, por exemplo, pode causar uma intoxicação grave em felinos, e até mesmo causar a morte.
Por isso, Mendonça orienta que os medicamentos devem ser armazenados em locais fechados e sem a possibilidade de nenhum tipo de acesso. “Principalmente onde se tem gatos, pois eles são muito curiosos e aprendem a abrir alguns tipos de portas”, relata.